02/08/2017
Divinas Divas comentado por Gata de Rodas
Desde quando eu tive a oportunidade de saber mais sobre o Divinas Divas vindo da própria Leandra Leal, na 17º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade 2017 promovido pela Parada do Orgulho LGBT de São Paulo - APOGLBT, prometi a mim mesma que eu iria ver esse documentário que pelas palavras da jovem diretora, era um filme um tanto pessoal para ela.
Então no sábado, 29/07/2017, eu me presenteei e fui ao Cine Belas Artes, centro de São Paulo, assistir Divinas Divas.
O documentário fala sobre a vida, a carreira e a trajetória da primeira geração de travestis do Brasil: Rogéria, Jane Di Castro, Divina Valéria, Eloína dos Leopardos, Brigitte de Búzios, Camille K., Fujika de Halliday e Marquesa, oito artistas que fizeram história no Rival, teatro que pertence à família de Leal há gerações, e que viram Leandra crescer nos bastidores da casa.
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Marquesa em cena de 'Divinas Divas'
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Divinas Divas é emocionante com histórias que variam entre o glamour das Divas e os seus relatos pessoais sobre convivência familiar, religião, cura gay, repressão policial, entre outros. Relatos esses de fatos acontecido a mais de 50 anos que por incrível que pareça, são ainda tão recorrentes nos dias atuais.
Divinas Divas é divertido porque mesmo tendo passado por muitas barras, as "cobaias" dos primeiros implantes de silicone e injeções de hormônio não perdem o senso de humor e com a alegria que lhes é peculiar, cantam em tom de brincadeira "Yes, Nós Temos Banana".
Divinas Divas é sensível quando o assunto é o amor e as Divas falam de seus maridos e companheiros.
Divinas Divas também é cheio de surpresas, porque quem iria imaginar que o Sílvio Santos, isso mesmo, o homem do Baú, seria lembrado por ter incentivado e apoiado o segmento T.
Divinas Divas é uma viagem para a contracultura do Rio de Janeiro dos conturbados anos de 60/70, para a Paris de Édith Piaf, para a Espanha de Franco, para a Nova York de Lou Reed e do Blondie da Debra Harry, para Berlim, para o punk... Enfim, Divinas Divas é também um convite para se viajar no tempo, no espaço, na história...
Mas, que o eu achei super legal foi que na minha cabeça que eu só conhecia a Rogéria, que se autodefine como a "travesti da família brasileira", mas conforme ia passando o documentário, eu fui lembrando que eu também já tinha visto algo sobre as "Les Girls" e sobre "Os Leopardos", e foi "mara" trazer à tona essa memória de forma tão bonita.

Marquesa nos deixou em 2015, aos 71 anos, depois de gravar o filme, mas a sua memória já se eternizou em nossos corações e também no belíssimo Divinas Divas.
"Marquesa: Presente, Sempre!"
"É preciso viver de acordo com quem você realmente é"
Leandra Leal
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